Vice-presidente financeira da holding espera alívio nas contas da companhia com a reforma tributária e o fim da tributação sobre juros de capital próprio

Por Redação
A Itaúsa afirmou que a reforma tributária poderá eliminar sua ineficiência fiscal, que atualmente gera um impacto de até R$ 550 milhões anuais devido à tributação dos proventos recebidos das suas investidas.
Priscila Greco, vice-presidente financeira da holding, explicou que essa ineficiência pode ser reduzida com a extinção do PIS/Cofins, prevista para 2026, o que eliminaria a tributação sobre os juros sobre capital próprio (JCP).
“Nosso entendimento é que, na reforma tributária, os juros sobre capital próprio (JCP) não seriam tributados pelo IBS/CBS. Então nossa ineficiência fiscal tenderia a acabar no momento em que o PIS/Cofins for extinto, o que está previsto para 2026”, disse a executiva.
As declarações foram feitas durante a teleconferência de resultados da companhia.
Apesar do otimismo, Greco ressaltou que ainda é necessário aguardar a aprovação final da reforma pelo Congresso para confirmar esses benefícios.
O CEO da Itaúsa, Alfredo Setubal, comentou que a holding possui um desconto de 21,1% em relação ao valor de suas participações no Itaú Unibanco e outras empresas investidas, e que a eliminação da ineficiência tributária pode ajudar a reduzir esse desconto.
Setubal também mencionou que, apesar dos desafios macroeconômicos, o segundo semestre de 2024 tende a ser melhor que o primeiro, com o PIB projetado entre 2% e 2,5% para o ano.
No entanto, ele ressaltou que os juros elevados no Brasil dificultam novos investimentos significativos pela holding, dado o alto custo de capital necessário para justificar os riscos envolvidos.
“Com os juros de 10,5%, para fazermos um investimento novo, tem que colocar mais 3 pontos percentuais de ‘custo Brasil’, e mais uns 3 pp de risco do negócio que estamos comprando. Então é necessário um retorno nominal de 16%, 17%, o que não é fácil de encontrar”, disse o executivo.
A Itaúsa reúne marcas como Itaú Unibanco, Alpagartas e Duratex. A companhia obteve um lucro de R$ 3,6 bilhões no trimestre – avanço de 22% ante o mesmo período de 2023.
Assista ao vídeo de apresentação dos resultados do banco (1h33min):
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